quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

É novo? Não, obrigado!

Quanto sua vida mudaria se você não comprasse nada novo por um ano?

Quanto disso seria bom e quanto seria mal?

Dois amigos de Princeton, Jonh Perry e Sarah Pelmas, debateram inúmeras vezes com seus amigos de San Francisco, sobre o impacto que estilo de vida dos consumidores americanos tem sobre o planeta e sobre suas próprias vidas.

No final de 2005 eles decidiram fazer algo a respeito: os 10 amigos aceitaram o desafio de passar todo o ano de 2006 sem comprar nada novo.

O grupo se denominou THE COMPACT, e depois MAYFLOWER COMPACT, e juraram que por um ano inteiro só comprariam coisas de segunda-mão ou pediriam emprestado tudo que precisassem, exceto comida e bens essenciais, como remédios e produtos para a toilette.

“Nós pensamos que se parássemos de participar desse ciclo de consumismo vazio e descartável, nos poderíamos causar menos impacto sobre o planeta”, diz Perry, diretor de comunicação numa empresa de tecnologia e graduado em inglês pela Universidade de Princeton.

Soa difícil? Eles dizem que não. Eles começaram a comprar menos e se tornaram mais criativos quando eles precisavam de algo especifico. Eles passaram a fazer compras apenas quando havia algo que eles não podiam conseguir de outra forma. Quando Perry precisou de uma panela de pressão para preparar um jantar vegetariano para seus pais e duas crianças, ele achou uma usada na internet.

Pelmas e seu marido, que estavam reformando a casa, encontraram eletrodomésticos de segunda-mão e madeira reciclada para o rodapé e prateleiras. Mas eles tiveram problemas em achar pregos, parafusos e dobradiças usadas e por fim, compraram novos – a única vez que quebraram suas palavras. Pelmas também teve problemas em achar óculos de sol para praticar canoagem. Incapaz de achar um par de óculos usados, ela colou seus velhos óculos e continuou usando assim mesmo.

“Parece impossível e desencorajador, mas na verdade não é”, diz Pelmas, que estudou inglês e redação criativa em Princeton e agora trabalha como administradora de uma escola. Uma das vantagens de abandonar o consumismo desenfreado foi ter mais tempo para a família e para os amigos. “Isso muda completamente a maneira como você enxerga as coisas”, afirma Pelma. “A maioria das coisas não parece necessária”.

THE COMPACT inesperadamente se transformou em um fenômeno nacional e internacional depois da mídia de São Francisco reportar o projeto. Antes de o ano acabar surgiram várias histórias sobre eles na mídia americana e internacional. 'THE COMPACTORS' começaram a receber notícias de pessoas de todo o país e também de fora, incluindo grupo de ambientalistas e pessoas preocupadas como aquecimento global, pais preocupados que seus filhos se tornem muito materialistas, e pessoas incomodadas pelas conseqüências da dependência de óleo norte-americana.

Cerca de 8000 pessoas juntaram-se à lista de email THE COMPACT criada para discutir o projeto. THE COMPACT deu origem a 38 comunidades espalhadas pelos Estados Unidos e países como Romênia, Nova Zelândia e Japão. É possível conhecer mais o projeto no blog sfcompact.blogspot.com (em inglês).

O projeto deveria acabar no fim de 2006, mas Perry e Pelmas continuam vivendo no espírito de THE COMPACT. “Quando você se desvencilha da ‘compra terapia’, você percebe o tanto que você tem e o quão pouco você precisa”, afirma Perry.

Thanks to Tim Ferriss do excelente blog 4-hours workweek .

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